COMPUTER VISION SYNDROME IN OFFICE WORKERS
Tipo de artigo: Revisão Bibliográfica Integrativa
Autores: Cruz C(1), Lopes R(2), Cruz A(3).
RESUMO
Introdução
Os utilizadores de computadores, referem sensação de fadiga ocular, visão turva ou até cefaleias- estes sintomas podem advir de uma nova doença oftalmológica: a síndrome visual de computadores.
Objetivo
Esta revisão bibliográfica integrativa pretende resumir dados sobre esta patologia e perceber qual o impacto para os utilizadores do computador, no local de trabalho.
Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, de acordo com a metodologia PCC (participantes, conceito e contexto), na qual foi realizada uma pesquisa bibliográfica entre 28 de Maio e 1 de Junho de 2018, nas bases de dados Medline/PubMed, EBSCO e RCAAP, utilizando os descritores “computador”, “trabalhadores”, “visão” e “ergonomia”.
Resultados
Identificaram-se 16 resultados, dos quais se selecionaram 3 documentos finais para extração e análise. Os resultados encontrados demonstram, em todos os estudos, uma elevada prevalência de Síndrome Visual de Computadores. Num estudo realizado no Sri Lanka, com uma amostra populacional de 2210 trabalhadores, observou-se uma prevalência de 67.4%. Observam-se diferenças entre estudos, relativamente aos sintomas de Síndrome Visual de Computadores apresentados pelos trabalhadores, podendo estes resultados estar relacionados com as características de cada amostra, assim como com os diferentes instrumentos utilizados para avaliar as mesmas.
Conclusão
Os utilizadores de computador olham para um monitor durante horas, levando a sintomas como fadiga ocular e desconforto, causando, na sua maioria, cefaleias, sintomatologia caracterizada pela Síndrome Visual de Computadores. Há necessidade de realizar estudos sobre o impacto da Síndrome Visual de Computadores na saúde do trabalhador e sobre estratégias preventivas.
Palavras-chave: “computador”, “trabalhadores”, “visão”, “ergonomia” e “saúde ocupacional”.
ABSTRACT
Introduction
Computer users report a sensation of tired eyes, blurred vision or even constant headache- these symptoms can result from a new ophthalmological disease: the visual computer syndrome.
Objectives
This integrative bibliographical review intends to summarize the concept of this “new ophthalmological disease” and to know the impact for the constant users of the computer in the workplace.
Methodology
It is an integrative review of the literature, according to the PCC methodology (participants, concept and context), in which a bibliographic research was carried out between May 28 and June 1, 2018 in the Medline/ PubMed, EBSCO and RCAAP, using the descriptors “computer”, “workers”, “vision” and “ergonomics”.
Results
We identified 16 results, from which we selected 3 final documents for extraction and analysis. The results showed, in all the studies, a high prevalence of Visual Computer Syndrome. In a study carried out in Sri Lanka, with a population sample of 2210 workers, a prevalence of 67.4% was observed. Differences between studies are observed regarding the symptoms of Visual Computer Syndrome presented by the workers, being able to be related to the characteristics of each sample, as well as the different instruments used to evaluate them.
Conclusions
In computer users, the eyes tend to shift focus to a resting point and then focus on the monitor again. These workers look at the computer monitor for hours, which emphasizes the eye muscles, leading to symptoms such as eye fatigue and discomfort, causing headaches, symptomatology characterized by Visual Computer Syndrome. There is a need to conduct studies on the impact of Visual Computer Syndrome on workers’ health and on preventive strategies.
Keywords: “computer”, “workers”, “vision”, “ergonomics” and “occupational health”.
INTRODUÇÃO
A tecnologia e a fácil acessibilidade desta, simplifica o desempenho das tarefas profissionais. O uso do computador exige que o utilizador se submeta a períodos prolongados diante deste instrumento, o que fez despertar o nosso interesse pelo tema. Existem diversos problemas associados ao uso deste equipamento, nomeadamente fatores que desencadeiam lesões músculo-esqueléticas, distúrbios de visão, entre outros. A matéria menos abordada é a relativa aos malefícios para a visão do trabalhador, com o uso constante do computador. Afinal, qual é o impacto do uso deste equipamento para a saúde visual e segurança do usuário?
Podemos utilizar o termo Síndrome da Visão do Computador (SVC), quando o utilizador apresenta um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: fadiga ocular, sensação de ardor, vermelhidão, irritação ocular, visão turva, entre outras (1).
Segundo a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, este problema de saúde atinge, em média, 20% a 25% das pessoas que todos os dias passam mais de três horas seguidas a olhar para um monitor de ecrã. Ainda existem estudos internacionais que estimam que 70 milhões de trabalhadores em todo o mundo estão em risco de sofrer este tipo de situação ocular ou mesmo outra patologia mais grave, visto que 75% das atividades do dia-a-dia e laborais implicam utilizar um computador, tornando-se assim, para além de um problema de saúde pública, também um problema de saúde ocupacional(2).
Em Portugal, não existem números da população afetada, no entanto, existem várias queixas típicas de SVC, que levam os trabalhadores e utilizadores deste instrumento a recorrer com frequência aos serviços de oftalmologia(2).
A ergonomia é a ciência que estuda a relação do homem com o trabalho, neste caso diretamente focada no posicionamento relativamente ao computador, a posição do ecrã em relação à pessoa e à janela, assim como a iluminação natural ou artificial da sala, sendo, portanto, indispensável para a prevenção de SVC.
Deve ser realizada uma avaliação ergonómica nos utilizadores recorrentes de computador. No seu local de trabalho, por exemplo, os monitores devem estar devidamente posicionados, sem focos de luz intensa. Existe ainda a indicação para realizar pausas (a cada 20 minutos, parar 20 segundos ou a cada 50 minutos parar 5 minutos, sensivelmente)(2).
Os trabalhadores de escritório e utilizadores de equipamentos dotados de visor, têm como maiores agravantes os fatores ambientais: a baixa humidade do ar e a utilização de ar condicionado, que são os principais agentes desencadeadores de SVC. Luminosidade desadequada no campo visual podem causar brilho e contribuir para o encandeamento e fadiga ocular; o posicionamento do ecrã afeta estes usuários, sendo sugeridas distâncias entre 45- 60 cm entre os olhos do utilizador e o ecrã(3). Um estudo defende para a utilização do filtro antirreflexo, uma vez que reduz o brilho e melhora o contraste do ecrã, aumentando assim o conforto visual do utilizador(1).
Alguns autores sugerem que indivíduos na menopausa têm mais probabilidade de desenvolver este quadro, mas não forneceram qualquer explicação fisiopatológica para o facto. De igual forma também existem estudos que destacam vários medicamentos que aumentam o risco de lesão visual (como diuréticos, anti-histamínicos, antidepressivos e antipsicóticos) mas, mais uma vez, sem uma explicação etiológica. Outros ainda realçam o tabagismo ou patologias como a Artrite Reumatóide, Diabetes Melittus, SIDA, doenças oculares pré-existentes, no sentido de poderem agravar a sintomatologia(1), mas também sem registo em concreto do mecanismo pelo qual tal acontece.
Esta temática revela-se bastante importante, uma vez que a saúde ocular é imprescindível, tanto para a segurança e saúde do trabalhador, como para a sua produtividade e, consequentemente, para uma boa qualidade de vida.
O papel do Enfermeiro do Trabalho torna-se relevante para a prevenção e/ ou diminuição da incidência de SVC; este deve avaliar a história clínica, antecedentes passíveis de causar agravamento deste síndrome, acompanhar o desenvolvimento da visão com esses antecedentes e realizar sessões de educação para a saúde.
Neste contexto e face à pouca evidência existente, é importante e pertinente a realização de uma revisão integrativa da literatura com o objetivo de conhecer o impacto do uso de computadores nos seus usuários, respetiva sintomatologia e potenciais etiologias da SVC. Mais especificamente, a revisão incidiu sobre as seguintes questões:
-Qual o impacto do uso de computadores nos trabalhadores em escritório?
-Qual a etiologia e sintomatologia mais frequentemente associadas ao Síndrome Visual de Computadores?
METODOLOGIA
Para a realização do presente artigo utilizou-se como método uma Revisão Bibliográfica Integrativa.
Esta revisão integrativa da literatura seguiu as orientações adaptadas, preconizadas pela Joanna Briggs Institute(4) para “scoping review” que sugere uma estrutura metodológica de cinco fases, nomeadamente: a identificação da questão de investigação, a busca de estudos relevantes, a seleção de estudos, o mapeamento de dados, a compilação, a síntese e o relato dos resultados.
Na construção das questões levantadas foi adaptado o método PCC (participantes, conceito e contexto), não havendo necessidade de explicitar “outcomes” nem “interventions”, pois estarão implícitos no conceito.
Como critérios de inclusão, esta revisão considerou os estudos cujos participantes são utilizadores de computadores, como ferramenta de trabalho, de ambos os sexos. Foram considerados ainda todos os estudos realizados em contexto de escritório. Para além destes critérios de inclusão, teve-se em conta artigos cujo o horizonte temporal se encontra entre 2013 e 2018, o facto de serem publicados com resumo nos idiomas Português ou Inglês, estarem disponíveis eletronicamente e com versão integral gratuita.
Relativamente ao tipo de fontes, esta revisão integrativa da literatura considerou todos os estudos existentes de pesquisa primária, de caraterísticas quantitativas ou qualitativas e revisões.
Como estratégia de pesquisa, optou-se pela utilização, como palavras-chave, dos descritores validados na DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) com a seguinte fórmula de pesquisa: Computer AND workers AND vision AND ergonomics em bases de dados como Medline (Literatura Internacional em Ciências da Saúde e Biomédica), EBSCO, PUBMED e RCAAP (Repositórios científicos de Acesso Aberto em Portugal).
RESULTADOS/ DISCUSSÃO
Para o horizonte temporal de 2013-2018, numa pesquisa bibliográfica realizada online, entre o dia 28 de Maio e 1 de Junho de 2018, foi identificada uma amostra de 16 artigos. No seguimento do processo, foi realizada a leitura de todos os títulos e resumos, com o objetivo de rejeitar aqueles que não respondiam aos critérios de inclusão, seguindo-se um segundo processo de seleção dos documentos através da leitura integral dos mesmos (esquematizado na Figura 1), tendo-se obtido três documentos para extração e análise.
A síntese da informação dos documentos finais foi suportada por um formulário de apoio e os principais resultados encontram-se sintetizados na tabela 1, com as seguintes entradas: referência bibliográfica, objetivos, tipo de estudo, metodologia e resultados, onde os artigos se encontram devidamente categorizados.
Em todos os estudos se utilizou um questionário de caracterização sociodemográfica, que incluiu a idade e o género.
Foram ainda avaliados, através de questionário, a presença de SVC(3,5,6) e respetivos sintomas(3,5,6), doença oftalmológica preexistente(2,5), duração da utilização do computador(3,5,6), postos de trabalho(3,5,6), ajuste do brilho do monitor(5,6), ângulo de visão(5,6) e o conhecimento dos trabalhadores acerca de práticas preventivas(5,6), assim como a realização de pausas(3,5).
Os artigos estudados apresentam uma população com idade média compreendida nos 30 anos(5,6), havendo pouca discrepância na diferença dos géneros, com maior prevalência para o masculino, 50.8%(6) e, para o feminino 65.5%(5). Por outro lado, o estudo de caso apresentado, avalia uma trabalhadora do sexo feminino, de 54 anos(3).
Outro dado relevante é o tempo de trabalho, uma vez que 75% trabalha 1 a 5 anos neste posto(6), durante cerca de 6 a 9 horas por dia(6). O estudo de caso(3), relata uma trabalhadora que exerce há 30 anos no mesmo posto e trabalha cerca de 8 horas diárias.
A Síndrome Visual do Computador é um fenómeno associado ao uso de monitores e ecrãs e, apresenta fenómenos como fadiga ocular(3,5) e irritação ocular(3), cefaleias(3,5,6), visão turva(3,5) e cervicalgia(5).
No sentido de entender quais os sinais e sintomas que prevalecem na população da amostra, foi também avaliada a presença de doenças oftalmológicas pré-existentes(3,6), visto que poderão agravar a sintomatologia de SVC(3). Estas doenças incluem catarata, glaucoma, presbiopia, miopia e anomalias oculomotoras e estavam presentes globalmente em 25% da população estudada, com maior prevalência no sexo feminino (69,5%)(6). A prevalência de SVC entre indivíduos com doença ocular preexistente (87,3%) foi significativamente maior do que naqueles que não apresentavam esta condição (60,8%)(6). Verificou-se ainda que consumidores de tabaco, bem como de antidepressivos, diuréticos e anti-histamínicos, tiveram globalmente maior probabilidade de ter sintomatologia de SVC(3).
A queixa mais comumente relatada foi cefaleia (45,7%), seguida de secura ocular (31,1%), enquanto que a queixa menos comum foi a alteração na visualização das cores (9,3%)(6), o que vai de encontro ao estudo de caso(3), que relata como sintomatologia mais relevante a fadiga, irritação e secura ocular.
A prevalência de cefaleia foi significativamente maior no sexo feminino, enquanto vermelhidão ocular, mudanças na visualização de cores e lacrimejo excessivo foram mais prevalentes no sexo masculino(6).
O predomínio de SVC aumentou significativamente com a idade, sendo maior (72,7%) entre os trabalhadores que tinham 40 anos ou mais e menor (58,0%) até os 20 anos. A idade média com esta patologia (31,2 ± 7,8 anos) foi significativamente maior que a média das pessoas sem SVC (29,9 ± 8,6 anos)(6).
Os locais de trabalho foram avaliados usando a lista de verificação dos postos de trabalho OSD VDT(6) e o instrumento de avaliação Ergonomic Workplace Analysis(5). Entre 2210 postos de trabalho avaliados, uma maioria significativa (88,4%, n = 1954) não estavam em conformidade com a lista de verificação OSD VDT(6). Nestes, a prevalência de SVC foi de 68,1%, sendo menor entre aqueles com postos de trabalho compatíveis com OSHA (62,5%). Além disso, entre 1490 participantes do estudo que sofreram com SVC, 89,3% tinham postos de trabalho não conformes(6).
Os participantes com SVC olham continuamente para o monitor durante um tempo médio de 36,8 ± 31,7 min, enquanto aqueles sem SVC olham continuamente para o monitor apenas por uma duração média de 29,8 ± 26,8 min. A prevalência de SVC naqueles que usam monitor sem filtro (69,6%) é significativamente maior quando comparada àquelas com monitor com filtro (63,0%)(6).
A prevalência de SVC em trabalhadores que ajustam o brilho do monitor para se adequar ao ambiente é menor (63,9%) do que os que não o fazem (72,1%)(6).
A intensidade de iluminação na altura do teclado foi menor que 270 lux para 31,9% participantes, entre 270 e 449 lux para 30,1%, entre 450 e 699 lux para 17,7% e maior que 699 lux para 20,3% da amostra(5).
Utilizando uma escala de 1 (não importante) a 5 (muito importante), os sintomas totais de cada componente do SVC por género obtiveram média de 2,74 pontos entre os participantes do sexo masculino e 2,78 pontos entre os participantes do sexo feminino. As variações dos sintomas entre as faixas etárias foram estatisticamente significantes para cefaleias e a faixa etária mais jovem apresentou intensidade subjetiva superior(5).
Nos participantes do estudo com SVC, 13,2% (n = 196) usaram gotas lubrificantes e 27,9% (n = 416) usaram óculos para estar ao computador, por forma a aliviar os sintomas de SVC(6).
Todos os artigos utilizados apontam, então, para uma elevada prevalência de SVC entre os trabalhadores de escritório, que utilizam equipamentos dotados de visor durante o seu horário laboral, sendo de aproximadamente 67.4%(6).
As cefaleias apresentaram-se como sendo o sintoma mais comum(5), principalmente na faixa etária dos 23 aos 26 anos(5).
CONCLUSÃO
A revisão integrativa realizada mostra que numa percentagem variável os trabalhadores de escritório desenvolvem SVC, que pode ser observado através de diversos sinais e sintomas. A perceção sobre o ambiente do posto de trabalho, nas suas diferentes componentes, é um fator preponderante para uma melhor compreensão deste fenómeno.
Sabemos que o olho humano necessita de se ajustar, de forma a ver os objetos a diferentes distâncias, tal como alterar o tamanho da pupila, alongar ou encurtar a lente para mudar o foco do olho e contrair músculos extraoculares para coordenar os dois olhos. Também as palavras e imagens do monitor são de difícil focagem, pela sua baixa resolução das bordas. Os olhos tendem a mudar o foco para um ponto de descanso e, de seguida, concentram-se de novo no monitor. Estes trabalhadores olham para o monitor do computador durante horas, o que solicita os músculos oculares, levando a sintomas como fadiga ocular e desconforto, causando, na sua maioria, cefaleias.
A principal limitação deste estudo prendeu-se pela escassez de artigos direcionados para a problemática da visão, uma vez que a sua maioria se focava mais em lesões musculoesqueléticas. Ainda assim, conseguimos atingir os objetivos a que nos propusemos no início deste estudo, verificando que a Síndrome Visual de Computadores tem um impacto significativo na saúde dos trabalhadores de escritório que utilizam equipamentos dotados de visor.
Com os critérios de inclusão estabelecidos, verificamos que os estudos encontrados são recentes e, pese embora o facto de não haver até ao momento um grande volume de matéria relativa a esta temática, este poderá ser o ponto de partida necessário para o estudo mais aprofundado da SVC, direcionado para trabalhadores em contexto de escritório, no qual passam o seu horário laboral em contacto com computadores.
Salientamos o papel do Enfermeiro do Trabalho, de forma a atuar na prevenção do SVC, adotando medidas como a realização de atividades e sessões de Educação para a saúde, com a finalidade de diminuir a sintomatologia associada.
Recomenda-se a realização de estudos sobre o impacto da SVC, tal como de intervenções preventivas.
REFERÊNCIAS
1-Gentil, R., Okawa, C., Carvalho, C., Barison, D. Computer Vision Syndrome. Revista Science in Health. 2011; 2(I):64-6.
2-Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. Manual de Ergoftalmologia. 2016;
3-Lurati, A. Computer Vision Syndrome: Implications for the Occupational Health Nurse. Revista Workplace Health & Safety. 2017;
4-Institute, T. Joanna Briggs Institute Reviewers’ Manual: Methodology for JBI Scoping Reviews. 2015.
5-Perin, A., Bonamigo, D., Ribeiro, M., Stock, R., Remor, A., Carvalho, D., Steffani, J., Bonamigo, E. Ergophtalmology in accounting offices: the computer vision syndrome (CVS). Revista Brasileira de Oftalmologia. 2017;
6-Ranasinghe, P., Wathurapatha, W. S., Perera, Y. S., Lamabadusuriya, D. A., Kulatunga, S., Jayawardana, N., Katulanda, P. Computer vision syndrome among computer office workers in a developing country: an evaluation of prevalence and risk factors. Revista BMC Research Notes. 2016;
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Referência | Lurati, A. Computer Vision Syndrome: Implications for the Occupational Health Nurse. Revista Workplace Health & Safety. 2017; XX(X):1-5 |
Objetivos | Caraterizar a Síndrome Visual de Computadores
Identificar fatores de risco, sinais e sintomas da SVC |
Tipo de estudo |
Estudo de caso clínico |
Metodologia | População e amostra: Trabalhadora de escritório (programadora de computadores)
Sexo: Feminino Utilizadora de computador no local de trabalho pelo menos 8h/dia, há 30 anos. |
Resultados | H.O., pessoa em estudo, apresenta como sintomatologia mais relevante, fadiga, irritação e secura ocular.
A SVC é um fenómeno associado ao uso de monitores e ecrãs e, apresenta fenómenos como fadiga e irritação ocular, cefaleias, visão turva, entre outros. Trabalhadores que passam mais de 4h/dia a utilizar estes dispositivos agrava o risco de SVC. Fatores de risco para estes utilizadores são a exposição à luz e brilho proveniente destes ecrãs. Trabalhadores que tenham doenças crónicas associadas, antecedentes de cirurgias/doenças oftalmológicas, fumadores ou que sejam dependentes de algumas medicações (antidepressivos, diuréticos, entre outros), têm mais probabilidade de ter sintomatologia de SVC. O trabalhador deve adotar medidas preventivas para diminuir o risco de SVC, como manter a distância do computador 45-60 cm, assegurar a humidade adequada do ambiente de trabalho (57%-74%), sem ventiladores. E, deve realizar pausas frequentes ou olhar para uma distância longe do monitor, várias vezes durante a utilização destes equipamentos. |
Referência | Perin, A., Bonamigo, D., Ribeiro, M., Stock, R., Remor, A., Carvalho, D., Steffani, J., Bonamigo, E. Ergophtalmology in accounting offices: the computer vision syndrome (CVS). Revista Brasileira de Oftalmologia. 2017; 76 (3): 144-9 |
Objetivos | Averiguar a presença de sintomas de SVC em trabalhadores de escritórios de contabilidade. |
Tipo de estudo | Quantitativo, Exploratório/ Correlacional e transversal. |
Metodologia | População e amostra: Trabalhadores de empresas de contabilidade que usam computador como ferramenta de trabalho.
N = 113 Instrumentos: |
Resultados | Os sintomas mais comuns relatados pelos trabalhadores são fadiga ocular, olhos lacrimejantes, diplopia, fotofobia, visão turva e síndrome do olho seco. A SVC foi classificada segundo um grupo específico de sintomas, tais como: fadiga ocular, cefaleia, visão turva, cervicalgia e secura ocular.
Os participantes mais jovens, com menos anos de trabalho, que não receberam informações sobre o uso adequado do computador, que não usaram iluminação entre 450 e 669 lux ou que trabalhavam com ângulos de visão inferiores a 10º, apresentaram maior prevalência de SVC. O grupo que fazia pausas de 5 a 10 minutos, a cada hora de trabalho, apresentou menor prevalência destes sintomas. |
Referência |
Ranasinghe, P., Wathurapatha, W. S., Perera, Y. S., Lamabadusuriya, D. A., Kulatunga, S., Jayawardana, N., Katulanda, P. Computer vision syndrome among computer office workers in a developing country: an evaluation of prevalence and risk factors. Revista BMC Research Notes. 2016; 9:150 |
Objetivos | Investigar a prevalência de SVC e os fatores associados entre uma amostra nacionalmente representativa de trabalhadores de escritório de computadores do Sri Lanka. |
Tipo de estudo | Quantitativo, Exploratório/ Correlacional e transversal. |
Metodologia | População e amostra: trabalhadores que utilizavam computadores, em três institutos das nove províncias do Sri Lanka.
N= 2210 Trabalhadores que utilizem o computador, pelo menos, 2h por dia, e estivessem a trabalhar no mesmo posto no mínimo há 12 meses. Variáveis e instrumentos: questionários e instrumentos de avaliação. Os participantes foram divididos em dois grupos com base na presença ou ausência de SVC. |
Resultados | Taxa de resposta: 88.4%
Características sociodemográficas: Idade média 30,8 ± 8,1 anos (variação de 18 a 60 anos); 50,8% do sexo masculino. 48,1%: faixa etária de 20 a 29 anos, 46,5% do sexo masculino e 49,6% do sexo feminino. 75% trabalhou entre 1 e 5 anos no posto de trabalho atual. 6 a 9 horas por dia no computador: 45,6% do sexo masculino, 42,8% dos participantes do sexo feminino e 44,3% de toda a população do estudo. Doenças oculares pré-existentes (catarata, glaucoma, presbiopia, miopia e anomalias oculomotoras): 25% (n = 552). – Prevalência de SVC: 67.4%; 69.5% no sexo feminino, 65.4% no sexo masculino (p<0.05). Queixas mais comuns: cefaleia (45,7%) e olhos secos (31,1%); Queixa menos comum: alteração na visualização das cores (9,3%). Prevalência de SVC relacionada com idade: maior (72,7%) entre os trabalhadores que tinham 40 anos ou mais e, menor (58,0%) entre os menores de 20 anos. Sintomas graves: 57,9%; sintomas leves a moderadamente graves – 42,1% (p <0,05). – Postos de trabalho: 88,4% (n = 1954) não estavam em conformidade. Nestes, a prevalência de SVC foi de 68,1%. – Gravidade e fatores associados ao SVC: Prevalência entre indivíduos com doença ocular preexistente – 87,3%; Utilizadores de lentes de contato: 93,1%; Utilização média diária do computador: 7,8 ± 3,3 h. |
(1)Cátia Lopes da Cruz
Licenciatura em Enfermagem e Pós-Graduação em Enfermagem do Trabalho: Escola
Superior de Enfermagem de Coimbra; Locais de trabalho – MAHLE Componentes de
Motores S.A., Cantanhede (Enfermeira do Trabalho). Morada para correspondência dos leitores: Núcleo Industrial de mortede, lote 1, 3070-372 Cantanhede. E-mail: cat.clc@hotmail.com
(2)Rute Sofia Rodrigues Lopes
Licenciatura em Enfermagem e Pós-Graduação em Enfermagem do Trabalho: Escola
Superior de Enfermagem de Coimbra; Locais de trabalho – Fiscalpreve S.A., Viseu
(Enfermeira do Trabalho). 3510-098 Viseu. E-mail: rutelopes17@gmail.com
(3)Arménio Guardado Cruz
Professor Coordenador na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermeiro. 3046-851 Coimbra. E-mail: acruz@esenfc.pt
Cruz C, Lopes R, Cruz A. Síndroma Visual de Computadores em Trabalhadores de Escritório. Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional on line. 2018, volume 6, 1-12. DOI: 10.31252/RPSO.03.09.2018